quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Sapateiro dos sonhos























Salvatore Ferragamo é uma das líderes mundiais do mercado de sapatos de luxo. A marca, que cresceu 17% em 2012, tem 600 lojas em mais de 80 países.

Um negócio de sucesso que começou como um conto de fadas de um italiano que amava sapatos e construiu um império.

Aos 11 anos nascia um artista. Uma noite, viu a irmã chorar porque não tinha sapatos brancos para usar na primeira comunhão. Decidiu produzir um par - sozinho, escondido - para total surpresa da família. Com apenas 13 anos, o jovem já tinha a própria sapataria.

Aos 14, emigrou para os Estados Unidos. A busca pela perfeição era tanta que o italiano frequentou aulas de anatomia na Universidade de Los Angeles. Abriu uma loja perto dos grandes estúdios de Hollywood.

Nos anos 20 passou a criar sapatos para figurinos da indústria cinematográfica. Em pouco tempo já era conhecido como o ‘sapateiro dos sonhos’ ou o ‘sapateiro das estrelas’.

As vendas nos Estados Unidos iam tão bem que Salvatore Ferragamo não estava conseguindo atender à demanda. Faltava mão de obra especializada. Ele decidiu, então, voltar para a Itália.

“Meu pai voltou dos Estados Unidos em 1927, ele foi atingido pela crise de 1929 e em 1931 ele faliu. Mas ele estava tão convencido sobre os seus produtos, seus sapatos, sua paixão, seu amor pela empresa que ele se recuperou desse evento e recomeçou tudo de novo”, conta o filho, Ferrucio Ferragamo.

Personalidades como Ava Gardner e Marilyn Monroe caíram a seus pés. Ele registrou 369 patentes ao longo da carreira, o que não impediu imitações.

Salvatore morreu em 1960, de câncer, aos 62 anos. “Quando papai faleceu foi um grande choque. Minha mãe assumiu o controle. Ela teve uma grande decisão a tomar, de uma mulher que fazia filhos, não sapatos, para alguém que assumiria o controle de toda a companhia. Apesar de a empresa ser pequena, fazíamos 80 pares por dia, o nome era forte. Graças ao que o papai deixou para a gente, mamãe aumentou o futuro da empresa com diversificação”, conta Ferrucio.

Diversificar: esse foi o verbo que salvou a marca. A empresa não chegou a amargar prejuízos porque conseguiu se reinventar a tempo. Aos poucos, toda a família entrou na dança, cada filho em uma área. A empresa, que antes só produzia sapatos femininos, passou a vender também calçados masculinos, bolsas, roupas, bijuterias, óculos e perfumes. Mas os calçados ainda são o pilar dos negócios: representam 44% do faturamento total.

Até hoje, 90% do processo é artesanal, o que faz com não exista dois sapatos Ferragamo absolutamente idênticos. Por dia, 30 pessoas produzem, em média, 30 calçados. O couro é cortado à mão e cada peça passa 5 dias sendo montada, em um total de 200 etapas.

Desde a morte do fundador, a marca reconhece que perdeu em criatividade, mas investiu em valores como conforto e durabilidade dos produtos. “Papai costumava dizer que não há limite para criatividade. Eu acho que a fórmula é a mesma, você pode dizer que não há limite para a excelência. Há sempre algo que você pode fazer melhor, de forma competitiva, surpreender os nossos em serviços, produtos, distribuição, tecnologia”, afirma Ferrucio Ferragamo.


Fonte: Marketing GrupoM8

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